Temperatura pode chegar a 39ºC em algumas cidades do RN

A primavera trouxe muito calor, baixa umidade e promete dias mais longos e noites mais curtas. Uma das Regiões do país que mais sofrem com a chegada dessa estação é a Nordeste. De acordo com as medições climatológicas, o Rio Grande do Norte apresentou altas na temperatura média e 39ºC alguns municípios do Estado podem marcar em seus termômetros entre agosto e novembro.

Nesse período do ano, o sol se aproxima mais da Linha do Equador e, com isso, destina mais energia para o hemisfério sul, especialmente para a faixa equatorial e essa energia é transformada em calor, por isso o aumento da temperatura vai sendo gradual durante os próximos meses. Segundo o meteorologista da Empresa de Pesquisa Agropecuária do RN (Emparn), Gilmar Bistrot, com a baixa umidade, o interior do Estado terá dias mais quentes e noites mais frias, pela pouca incidência de nuvens. 

Gilmar explica que a radiação chega com mais força na superfície durante as manhãs, já no período da noite, a falta de nuvens traz perda de energia, deixando um clima mais frio, principalmente no interior do Estado.

“A primavera é a estação que você tem um maior amplitude térmica e como consequência disso, uma maior diferença da temperatura máxima e mínima, como no caso do Seridó e Alto Oeste que pode chegar a máxima de 38º e mínima de 22º”, diz.


Outras regiões do estado também apresentam elevadas temperaturas durante a primavera, como no caso do Vale do Açu e Seridó. Segundo o meteorologista, a cidade de Pau dos Ferros, por exemplo, chega a marcar entre 35°C e 38ºC nessa época do ano. Isso acontece exatamente pela pouca umidade do ar e formação de nuvens, onde a radiação chega na superfície do solo transformando energia em calor e é devolvida ao ambiente causando esse aumento de temperatura. 

Apesar de outros estados do Nordeste como Pernambuco, Bahia, Ceará e Paraíba apresentarem crescimento na temperatura média, o meteorologista fala que esse aumento no Nordeste não teve um impacto muito grande com o passar dos anos.

É perceptível que crescimento do calor acontece exatamente pela proximidade do sol no hemisfério sul, mas nos últimos 5 anos não houve mudanças drásticas de temperatura nesse período do ano. Gilmar Bistrot relata que em Natal, por exemplo, conseguimos ver essa mudança ao longo de mais de 50 anos. 

“Da década de 1960 para as décadas dos anos 2000, tem um aumento maior na temperatura mínima. Em 1960 tinha temperatura mínima de 21ºC a 22ºC durante o início da primavera, mas agora a mínima chega a 24ºC e 25ºC. Isso é causado pela urbanização e verticalização da cidade, que retiram a cobertura verde e transforma o clima da região. Natal se transformou numa ilha de calor que se dissipa”, comenta.


Gilmar ainda acrescenta que o Nordeste, por sofrer influencia direta das condições que acontecem na superfície do Oceano Pacífico e Atlântico Sul, tem como reflexo uma mudança no comportamento da temperatura. O El Niño traz dificuldade na circulação dos ventos e na região há aumento na temperatura, porque o ar fica mais parado e a umidade baixa.

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