Olimpiada de Tóquio: quais são as maiores esperanças de medalha do Brasil

Foto: GETTY IMAGES

O Brasil chega aos Jogos Olímpicos de Tóquio com uma delegação menor de atletas do que a que disputou a Rio 2016, mas o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) diz que espera superar o desempenho de Olimpíadas passadas.

Nesta edição, ao contrário das anteriores, o COB não divulgou uma projeção ou meta oficial de medalhas. Se o objetivo for superar o resultado no Rio de Janeiro, o Brasil terá que conquistar mais que sete ouros, seis pratas e seis bronzes. Essas 19 medalhas — o melhor desempenho do país na sua história — renderam o 13º lugar no quadro de medalhas.

O Brasil terá menos atletas no Japão. Na Rio 2016, 465 brasileiros competiram em casa. Ainda assim, a delegação atual é a maior já enviada ao exterior: 301 atletas. Em Londres 2012, 257 brasileiros competiram.

No Rio, o Brasil teve mais atletas porque as regras para classificação olímpica beneficiam países-sede. Por exemplo, equipes coletivas têm vaga garantida. Mas a grande maioria dos atletas brasileiros em 2016 tinha poucas chances de subir ao pódio.

Mas, em Tóquio, o Brasil pode se beneficiar da inclusão de dois novos esportes em que tem atletas de ponta: skate e surfe.

Os eventos esportivos em Tóquio estão sendo disputados entre os dias 21 de julho e 8 de agosto. Na sexta-feira (23/7), será realizada a cerimônia de abertura.

A BBC News Brasil lista abaixo algumas esperanças de medalha do Brasil, com base no desempenho recente dos nossos atletas em suas respectivas modalidades — mas há sempre espaço para surpresas.

Ágatha e Duda – Vôlei de Praia

A dupla lidera o ranking mundial feminino.

Ágatha decidiu ser jogadora de vôlei após assistir à seleção masculina conquistar o ouro em Barcelona 1992. A transição para a praia ocorreu nos anos 2000. Na Rio 2016, ela fez dupla com Bárbara Seixas e levou a prata.

Duda, que é filha da ex-jogadora Cida Lisboa, iniciou a parceria com Ágatha em 2017. No ano seguinte, se tornou a mais jovem atleta a conquistar o título do Circuito Mundial. Na ocasião, foi eleita a melhor jogadora do mundo, algo que repetiu em 2019.

Alison Santos – Atletismo – 400m com barreiras
Piu, como é conhecido, foi vice-campeão no Mundial de Revezamento (2021) – 4x400m misto, ouro nos Jogos Pan-americanos de Lima de 2019 e campeão sul-americano de 2019.

Ele teve covid no ano passado e não competiu. Quando voltou às pistas neste ano, superou o recorde nacional.

Em Tóquio, pode trazer uma medalha para casa — mas o favorito ao ouro nos 400m com barreira é o norueguês Karsten Warholm.

Ana Marcela Cunha – Maratona Aquática

Eleita seis vezes a melhor atleta do mundo nas maratonas aquáticas, Ana Marcela compete em provas de águas abertas desde os 14 anos.

Em 2018, a nadadora passou a morar no Rio de Janeiro e a treinar diariamente no CT Time Brasil. Ela é tetracampeã mundial (2011, 2015, 2017 e 2019) nas provas de 25km.

Arthur Zanetti – Ginástica Artística – Argolas
Ouro em Londres 2012 e prata na Rio 2016, Zanetti pode se tornar o primeiro ginasta de todos os tempos a conquistar três medalhas olímpicas nas argolas. Ele foi campeão mundial em 2013.

Seu principal rival é o grego Eleftherios Petrounias, que conquistou o ouro no Rio de Janeiro, mas vem de uma temporada difícil, tendo se classificado na última etapa possível.

Arthur Nory – Ginástica Artística – Diversas provas
Bronze na Rio 2016 no solo e campeão mundial na barra fixa em 2019, o ginasta ainda tem no currículo a prata no individual geral no Pan de Lima 2019.

Bia Ferreira – Boxe – Leve (até 60 kg)

A temporada 2019 foi a mais especial na carreira de Bia. Naquele ano, a pugilista conquistou a primeira medalha de ouro do boxe feminino brasileiro em Jogos Pan-americanos e, alguns meses depois, o título mundial na Rússia.

Ela fará em Tóquio 2020 sua estreia em Olimpíadas.

Bruno Fratus – Natação – 50m livre
Fratus é o segundo velocista brasileiro a se classificar para três edições olímpicas nos 50m livre. Ele se iguala a Fernando Scherer, que esteve em Atlanta 1996, Sydney 2000 e Atenas 2004.

Ele já foi vice-campeão mundial duas vezes (2019 e 2017) nos 50m livre.

Em Tóquio 2020, ele não é favorito ao ouro — o mais bem cotado é o americano Caeleb Dressel. Mas é um dos atletas mais competitivos nos 50m.

Gabriel Medina – Surfe

É uma das principais esperanças de ouro.

Ele é o único brasileiro bicampeão do Circuito Mundial (2014 e 2018). Medina é um dos três melhores surfistas da elite do esporte há seis temporadas. Tem ainda outras duas marcas expressivas, obtidas em 2009: a de mais jovem surfista a ingressar e a vencer uma etapa do Circuito Mundial.

Italo Ferreira – Surfe

Ao contrário da maioria dos surfistas, que se mudam para grandes centros, Italo ainda mora em sua cidade-natal, Baía Formosa (RN). Ele começou a surfar com uma tampa de isopor, usada pelo pai para guardar os peixes que eram revendidos aos restaurantes locais.

Em 2019, ele foi campeão do Championship Toure do ISA Games. Junto com Medina, é esperança de pódio — até mesmo de dobradinha.

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