Trilha: Criança cearense de 10 anos de idade perde os sentidos ao ser picada por Cascavel

O pequeno João Guilherme Matos de Paiva, de 10 anos, foi picado por uma cobra durante trilha na Bahia. Ele estava acompanhado da mãe, a professora Erilene Matos. Os dois chegaram na Bahia na última segunda-feira (20). Eles visitavam o local pela primeira vez e pretendiam ficar até domingo (26), todavia, depois do ocorrido, a data de volta da viagem pode ser adiada. Após a picada, a criança perdeu alguns sentidos, como a visão, e precisou ser atendida em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

De acordo com a mãe da criança, eles foram a uma cachoeira, junto com outros turistas, quando de repente a cobra saiu da água e pulou na perna dele. O animal era grande e o grupo não conseguiu capturá-lo. Pessoas que acompanharam a mãe e a criança afirmaram que tratava-se de uma cobra cascavel e logo Guilherme foi levado para um pronto socorro.

“No primeiro hospital que ele foi, o médico se recusou a injetar o soro, porque ele não tinha nenhum sintoma de envenenamento. Daí eles voltaram para onde estavam hospedados. Foi quando começaram a aparecer os sintomas: desmaiou e perdeu a visão. Então foi para o segundo hospital, onde recebeu 18 ampolas de soro”, explica a prima da vítima, Camila Viana. O acidente aconteceu na quarta-feira (22), mas ela só teve notícias no dia seguinte, quinta-feira (23).

Assim que teve conhecimento do caso, em Fortaleza, Camila começou a realizar ligações para ajudar o primo. Ela teve que ligar para vários hospitais até localizar os familiares, pois o celular de Erilene Matos não funcionava. Com ajuda da secretária de turismo da cidade de Ibicoara, a criança foi transferida para outros hospitais, onde a vítima poderia receber um atendimento melhor. Apesar de todo o esforço, a equipe médica informou que Guilherme precisava ser atendido em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

As opções mais próximas eram os municípios de Vitória da Conquista ou Salvador, ambas ficam a mais de 400 km da cidade Ibicoara, onde a criança estava. “Na quinta-feira, foi que nós soubemos do acidente, então eu comecei a ligar para o plano de saúde para autorizar a transferência do Guilherme e depois para a polícia da Bahia, para resolver a questão do transporte. Comecei a ligar às 7h30 e só consegui às 15h30”, detalha Camila Viana.

A criança foi levada para um hospital particular em um helicóptero cedido pela Polícia Militar da Bahia. Nesse intervalo, o estado de saúde de Guilherme piorou e ele relatou não sentir mais as pernas e dificuldade para respirar. Ao chegar em Salvador, foi levado para a UTI e os médicos constataram que seus rins estavam sem funcionar e passou por vários exames. “Ele está fora de perigo de morte, o estado de saúde é estável e agora aguarda o resultado dos exames”, completa a prima da vítima. O plano de saúde liberou um quarto para que ela fique hospedada no mesmo hospital que a criança.

De acordo com Camila, a mãe de Guilherme está muito nervosa e chegou até a afirmar que estava vendo o filho morrer, pois tem poucos recursos. A família, amigos e colegas de trabalho se uniram e fizeram uma “vaquinha” para ajudar com as despesas. A criança permanece sedada.

“Ele acordou e não sentiu as pernas. Se desesperou porque já não estava enxergando e ainda aconteceu isso”, complementa Camila. Ela também relata dificuldade para conversar com Erilene Matos, a mãe da criança, mas não sabe dizer se o motivo é o sinal de celular. “Estamos tentando novas ligações porque não sabemos o que está acontecendo, mas a última notícia é que ele está na UTI aguardando exames e passa bem”, conclui.

Tribuna do Ceará

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