Uso disfuncional do celular em sala de aula será debatido na ALRN

O porte de celular em diversos ambientes se tornou um hábito por este objeto tecnológico ter a capacidade de realizar diversas tarefas diárias. Ele é calculadora, despertador, relógio, instituição bancária, câmera fotográfica, câmera de vídeo, troca mensagens instantâneas e, claro, ambiente de pesquisas com soluções rápidas ao que indaga, entre diversas funcionalidades.

A obra “Os meios de comunicação como extensões do homem”, de Marshall McLuhan, descreve toda essa necessidade que temos hoje de estar de posse de um aparelho que emite mensagens e as reproduzamos, aprimorando o corpo humano e suas urgências. Já Pierre Lévy, em “As tecnologias da Inteligência”, relata o futuro do pensamento na era da informática, levando a entender que seja indissociável as novas formas de se produzir conhecimento com o auxílio e avanço tecnológico.

Ter respostas na palma da mão ao que se procura pode ser uma maneira rápida de ter respostas. Entretanto, no âmbito escolar, mais precisamente em sala de aula, educadores acreditam que a prática diminui a capacidade de raciocínio, limita o desenvolvimento da construção de pensamento lógico, reduz a faculdade observações críticas e níveis de concentração. A situação pode até piorar se o proveito da tecnologia disponível for para outras serventias que não seja a educacional.

Diante de tanta controvérsia e busca por uma solução para o imbróglio, o deputado estadual Hermano Morais (PV) promoverá uma Audiência Pública na Assembleia Legislativa, intitulada “O uso disfuncional do celular em sala de aula”. O intuito é debater com pais, alunos, diretores de escolas, professores, especialistas e a sociedade em geral sobre o tema, especificamente sobre o Projeto de Lei que será apresentado e aperfeiçoado na oportunidade, que dispõe sobre a proibição do uso de smartphones em salas de aula para fins não pedagógicos no Estado do Rio Grande do Norte.

Em “A Fábrica de Cretinos Digitais”, o pesquisador francês especializado em neurociência cognitiva ,Michel Desmurget, alerta para o perigo das telas. Segundo ele, uma imersão precoce desviará fatalmente dos aprendizados essenciais que, por conta do fechamento progressivo das “janelas” de desenvolvimento cerebral, se tornarão mais difíceis de alcançar. De forma mais dura, Desmurget diz que o que não foi estabelecido durante as idades precoces do desenvolvimento em termos de linguagem, coordenação motora, pré-requisitos matemáticos, habitus sociais, gestão emocional, etc. revela-se cada vez mais custoso a adquirir com o passar do tempo.

Para a Audiência Pública, haverá uma palestra da psicóloga Débora Sampaio, mestre em psicologia na adolescência e psicoterapeuta de família. Ela acredita que os adolescentes de hoje, os primeiros nativos digitais, devem ser estudados e compreendidos, uma vez que boa parte das relações sociais são pautadas pela internet, moldando os comportamentos deles, como a forma de comunicar, por exemplo.

Foram convidados representantes das Secretarias de Educação do Estado e de Municípios, Escolas Estaduais, Escolas Municipais, Escolas Privadas, UFRN, estudantes das referidas instituições de ensino, Conselho Regional de Psiquiatria, Conselho Regional de Psicologia, Sindicato dos Trabalhadores em Educação do RN (Sinte) e Ministério Público (Coordenaria das promotorias em defesa da educação da Comarca de Natal).

Serviço

Audiência Pública: O uso disfuncional do celular em sala de aula

Local: Plenário Cortez Pereira (Plenarinho) da Assembleia Legislativa do RN

Quando: quinta-feira, 16 de novembro

Horário: 14h

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