Varíola dos macacos incomoda mais do que leva à gravidade
Desde o primeiro caso confirmado da varíola dos macacos no Brasil, no dia 9 de junho em São Paulo, o Rio Grande do Norte registrou apenas dois casos da doença. Os pacientes infectados, de 40 e 34 anos, são residentes de Natal e têm históricos de viagem pela Inglaterra, Portugal e Espanha, na Europa.
Devido às confirmações da doença, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sesap), por meio de uma nota técnica, orientou que as unidades de saúde devem solicitar o isolamento dos pacientes com sintomas nos hospitais Giselda Trigueiro, na capital potiguar, ou Rafael Fernandes, em Mossoró. Ambas as unidades oferecem serviços preparados para o atendimento.
Os pacientes com a suspeita da varíola dos macacos receberão uma máscara cirúrgica e serão conduzidos para o local de isolamento. A Sesap ainda orienta que para proteger as lesões de pele nas áreas expostas, deve-se utilizar lençóis, vestimentas ou avental com mangas longas.
A varíola dos macacos teve o seu primeiro caso identificado ainda em 1970, na África. A doença é transmitida a partir do vírus Monkeypox e é considerada zoonose viral (quando o vírus é transmitido para os seres humanos por meio dos animais). Segundo o infectologista do Rio Grande do Norte, Kleber Luz, atualmente a doença tem uma transmissão tipicamente interpessoal, ou seja, “um indivíduo que esteja com a doença vai passá-la para outras pessoas”.
A transmissão interpessoal ocorre através de gotículas respiratórias, fluidos corporais, materiais contaminados, como roupas, e também pelo contato direto com as lesões. Uma das principais formas de contato direto está nas relações sexuais. “Se o indivíduo tiver uma lesão no pênis ou na região anal, ao ter uma relação sexual, poderá transmitir essa doença para outra pessoa”, informa o infectologista.
O período de incubação do vírus é de 6 a 16 dias, podendo se estender até 21 dias. No decorrer do processo, são apresentados os primeiros sintomas de febre, gripe, dor de cabeça e mialgias (dores musculares). Surgem também lesões na pele, pequenas bolhas com conteúdo líquido, dores e sangramentos no reto. De acordo com Kleber Luz, em geral, “essas lesões estão localizadas na região perineal da pessoa”. Em casos mais complexos, a doença pode ser disseminada por todo o corpo.
Até o momento, não foram registrados óbitos pela Monkeypox no Brasil. Para o médico infectologista, “a doença incomoda mais do que leva à gravidade”, tendo como principais riscos infecções secundárias e as complicações de uma doença viral, como inflamações no coração.
Por ser uma doença benigna e não apresentar risco de morte e futuras sequelas, a varíola pode ser curada com o tempo e sem tratamento. No entanto, já existe vacina para a doença e de acordo com o Ministério da Saúde as negociações estão sendo feitas para os países que já apresentam casos confirmados. No caso do Brasil, o imunizante ainda deve demorar pois a vacinação em massa está sendo recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) apenas para os países endêmicos.
OMS declara emergência internacional
Embora os números no estado do Rio Grande do Norte sejam baixos, o Brasil já apresenta 696 casos confirmados e mais de 16 mil pessoas já contraíram a doença em 75 países.
A Organização Mundial da Saúde classificou, no último sábado 23, a monkeypox ou varíola dos macacos, como emergência de saúde pública de interesse internacional. De acordo com o presidente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, o surto se espalhou rapidamente pelo mundo.
“Temos um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entendemos muito pouco e que fazem parte dos critérios do regulamento de Saúde Pública Internacional”, declarou ele. (*Supervisão da jornalista Nathallya Macedo).
1 Comentário
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Souza
jul 7, 2022, 11:46 amDoença que está sendo espalhada, para sair aplicando mais vacinas no povo!