Sérgio Cabral financiou dossiês sobre juiz da Lava Jato no Rio, diz TV

Uma investigação da Polícia Federal apontou que o ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral estaria, mesmo de dentro da prisão, financiando a montagem de dossiês contra o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. As informações foram divulgadas nesta 4ª feira (8.nov.2017) pela TV Globo e pelo site G1.

Bretas é o juiz que cuida das investigações ligadas à operação Lava Jato no Rio. Foi ele quem ordenou a prisão do ex-governador, que está detido na capital fluminense desde novembro de 2016.

De acordo com a apuração da PF, consultas foram feitas a sistemas do Estado, como o da Polícia Civil, em busca dos nomes do juiz e da mulher dele, que também é juíza. Os acessos teriam sido feitos depois que Bretas proferiu a sentença da Operação Calicute, na qual Cabral foi preso no ano passado.

Os dossiês estariam sendo montados pelo grupo do ex-governador. Cabral teriam um fundo milionário para pagar as investigações. A defesa dele nega: “É uma mentira, antes de uma maldade sádica, com claro propósito de criar intriga entre o ex-governador e o magistrado, certamente como forma de incitá-lo a determinar nova transferência para um presídio federal”, disse, em nota.

A investigação da PF segue em sigilo, para garantir a integridade física dos integrantes da força-tarefa da Lava-Jato no Rio. A segurança da equipe foi reforçada desde que a PF começou a apurar as denúncias sobre as consultas aos registros do juiz Bretas.

STF BARROU TRANSFERÊNCIA DE CABRAL

Em depoimento no dia 23 de outubro, Cabral mencionou ter informações a respeito dos negócios da família de Bretas, que seria dona de uma das empresas mais importantes do ramo de bijuterias do Rio de Janeiro. A declaração foi interpretada pelo juiz e pelo MPF (Ministério Público Federal) como uma tentativa de intimidação e um indício de que Cabral estaria recebendo informações indevidas dentro do presídio.

O MP, então, solicitou a transferência de Cabral para um presídio federal, o que foi concedido por Bretas. Mas, a pedido da defesa do ex-governador, o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes concedeu um habeas corpus para que ele permanecesse detido no Rio.

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