Elite da advocacia na mira da Polícia Federal

Um advogado baiano entrou na mira de uma operação da Lava-Jato nesta quarta-feira (9). Tiago Cedraz de Leite Oliveira, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU), Aroldo Cedraz, é suspeito de participar de um esquema que desviou ao menos R$ 151 milhões do Sistema S do Rio, composto pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Rio (Fecomércio-RJ), Sesc e Senac entre 2012 e 2018.

De acordo com a PF, vários advogados prestavam serviços sem comprovação para o conjunto de instituições de interesse de categorias profissionais. A intenção, aponta a investigação, era montar uma blindagem que mantivesse o empresário Orlando Diniz no comando das entidades.

A PF está agindo em parceria com o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal. Estão sendo feitas buscas e apreensões em 50 endereços no Rio, São Paulo e Brasília, onde o advogado baiano atua. 

Entre os alvos está o escritório Teixeira, Martins Advogados, do advogado Roberto Teixeira, sócio de Cristiano Zanin Martins, o responsável pela defesa criminal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além deles, os escritórios da ex-primeira-dama Adriana Ancelmo, Eduardo Martins,  Ana Tereza Basilio e Cesar Asfor Rocha também estão entre os investigados.

Histórico

Essa não é a primeira vez que a PF bate na porta da família Cedraz. Tiago e o pai já foram denunciados por suposto tráfico de influência. Eles são acusados de negociar e receber dinheiro da UTC para influenciar no julgamento de processos no tribunal sobre a Usina de Angra 3.

Segundo a coordenação da Lava-Jato, os dois usaram de toda a estrutura e da autoridade do elevado cargo que Aroldo ocupa como ministro do Tribunal de Contas da União, para obter vantagem econômica indevida.

No ano passado, no entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF), por maioria de votos, rejeitou denúncia oferecida pela Procuradoria Geral da República (PGR) por considerar que não havia provas suficientes. 

A coordenadora da Lava Jato na PGR Lindôra Araújo, recorreu da decisão da Segunda Turma do Supremo.

Já em 2018, a PF deflagrou mais uma fase da Operação Registro Espúrio para investigar supostos desvios de valores da Conta Especial Emprego e Salário (CEES). Tiago estava na lista de suspeitos de participação. O apartamento e o escritório foram alvos de buscas e o sócio, Bruno Galeano teve o mandado de prisão temporária decretada.

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