Quadrilhas do Pix usam vítimas de sequestro para fazer empréstimos
Com as facilidades do Pix, bancos digitais abriram brechas para as quadrilhas de sequestro-relâmpago praticarem outros crimes além de tirarem o dinheiro das contas das vítimas. Os criminosos passaram a abrir “contas-laranja” no nome das pessoas sequestradas enquanto elas estão em seu poder. Após as vítimas serem libertadas, eles continuam usando essas contas para empréstimos ou para receberem transferências via Pix de outras pessoas que venham a ser capturadas.
As contas podem ficar abertas por meses sem que as vítimas percebam que foram usadas como “comparsas” em outros crimes. Às vezes os bandidos também se aproveitam de vazamentos de bancos de dados pessoais e roubos de celulares e documentos para criar as contas-laranja. Em outros casos, pessoas se voluntariam como “laranjas” do golpe para receber e sacar o dinheiro.
Essas diferentes dinâmicas do crime passam pela organização especializada de quadrilhas que juntam até dezenas de pessoas em diversas funções: o raptador, o cativeirista, o conteiro (que desvia o dinheiro para as contas-laranja). A especialização da criminalidade nos crimes que envolvem o Pix fez o número de casos de sequestro-relâmpago crescer 35,4% no estado de São Paulo.
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