VIVER OU MORRER

Adjuto Neto
Delegado de Polícia Civil(PB)

Cada um que vier a ler esse texto certamente já teve algum parente, amigo, ou conhecido vítima da violência urbana. Todos conhecemos alguém. E se por um acaso você que está lendo ainda não conhece, em breve conhecerá.

Nesse cenário de descontrole da violência, uma situação tem se tornado cada vez mais comum. E quando o policial é a vítima?

Em situações assim, não restará ao policial, estando armado, outra alternativa senão reagir. E, aqueles com viés pacifista, nem levantem a tese de que o policial poderia entregar sua arma e render-se, suplicando por sua vida. Em uma situação como essa a probabilidade maior é que o policial, ao ser identificado como tal, seja sumariamente executado.

A situação vivida pelo policial nesses casos é tão difícil que até mesmo quando a reação tenha pleno êxito, sem que a vítima (policial) ou terceiros venham a ser atingido(s), será contra si aberta investigação, apurando em detalhes se sua reação foi proporcional, se não houve excessos, se os meios foram os estritamente necessários para se fazer cessar a injusta agressão.

Segundo reportagem publicada no jornal Tribuna do Norte, no dia 05/06, mesmo dia da morte de Sgto Cândido, o RN já contava com 11 agentes de segurança pública mortos em 2017. Hoje esse número subiu para 12 com a morte do policial CB PM Mario Pinheiro de Lima.

O ano nem chega a sua metade e já se estabelece um novo recorde negativo quando o assunto é violência urbana.

Percebe-se que a escalada desenfreada da violência que vem vitimando a população em geral também vitima o policial. Nesse ultimo caso, com um aspecto de crueldade: é viver ou morrer.

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