Existência do grupo radical no Brasil foi informada pelo FBI

As informações de que uma suposta célula terrorista ligada ao Estado Islâmico estaria atuando no Brasil partiram do FBI, agência americana de investigação. O órgão encaminhou um documento ao governo brasileiro avisando que pelo menos seis pessoas faziam apologia ao grupo e apresentavam características extremistas. Em entrevista ao GLOBO, o procurador da República Rafael Brum Miron, responsável pelas investigações da Operação Hashtag, disse que os suspeitos mantinham comunicação com pessoas de outros países. Os seis identificados pelo FBI estão agora presos.




— Nos grupos de Telegram, há conversas e diálogos com pessoas de fora do país. Ainda não foi possível identificar se essas pessoas tinham vínculo ou não com alguma organização terrorista — explicou Miron.

Entre as mensagens interceptadas pelos investigadores, há uma conversa em que um deles encaminha instruções de como fazer uma bomba caseira. De acordo com o procurador, apesar de o grupo aparentar um caráter amador, era preciso levar em conta o risco de ataque à Olimpíada do Rio.

— A todo momento, eles falavam: a oportunidade de ir ao paraíso é a Olimpíada — afirmou o procurador, ressaltando: — Eles eram amadores. Mas não conheço nenhum suicida experiente. Não podíamos correr o risco. O risco existia. Era baixo, mas real. Se não, eles não estavam presos.

Miron revelou ainda que todos as 12 pessoas que tiveram prisão temporária decretada — 11 já estão detidas no presídio federal em Campo Grande — apresentavam perfil agressivo e extremista. Entre elas, era comum a divulgação de vídeos com imagens de ataques e assassinatos feitos pelo Estado Islâmico e de mensagens exaltando “feitos” do grupo.

O globo

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